é
uma anomalia no nervo facial (VII par craniano), que leva a uma interrupção da
informação nervosa, esta pode ser causada por diversos factores como, traumas,
tumores, patologias associadas que proporcionam ao indivíduo um conjunto de
sinais e sintomas traumáticos. Assim, irá remeter uma alteração da simetria da
face, quer em repouso quer em movimento, o que irá limitar a mímica facial, a comunicação,
a expressão de sentimentos e emoções, e a sua imagem exterior. Ao haver
diminuição da capacidade funcional (diminuição da força e do tónus muscular dos
vários músculos da hemiface afectada), o doente terá dificuldade em realizar,
determinadas expressões faciais, devido ao enfraquecimento muscular da hemiface afectada,
este facto irá repercutir alterações sensitivas e complicações provenientes da
própria condição (figura 1).
Raramente
acontece, mas existem casos de paralisia bilateral. Ela é determinada por apresentar
falta de mímica na musculatura da expressão. No decorrer do tratamento, a
recuperação é mais rápida de um lado da face do que da outra, normalizando ao
longo do tratamento. Esta patologia não escolhe raça, sexo, ou condições
sociais, sendo que os indivíduos entre os 30 e os 40 anos de idade, são mais
sensíveis à agressão.
Figura 1- Paralisia Facial |
As paralisias faciais
podem ser divididas em 2 grupos:
- Paralisia facial periférica (PFP)- se a lesão ocorrer no núcleo do nervo facial em direcção à periferia. O nervo é lesado na sua porção periférica, não recebendo mais estímulos do outro hemisfério do córtex cerebral.
- Paralisia facial central (PFC): se as estruturas lesionadas estão acima do nervo facial (lesão no córtex cerebral), instala-se um quadro de espasticidade. O quadrante inferior contra-lateral à lesão cortical fica paralisado e o quadrante superior é poupado, devido à dupla inervação dos hemisférios.
E ainda podem ser de origem:
- Idiopática - A paralisia de Bell é a mais frequente e corresponde à lesão de natureza incerta, provavelmente viral, no trajecto proximal do nervo facial. O prognóstico é bom na maioria dos casos.
- Sintomática – É causada por trauma, tumores comprimindo o nervo facial e outras doenças é incomum.
Para reabilitar o quadro patológico de
paralisia facial, o plano de tratamento deve basear-se: na estimulação dos músculos
da hemiface afecta com gelo, em PNF facial, massagem/estiramento dos músculos
da hemiface afectada e uma massagem/relaxamento na hemiface contra-lateral há lesão
e no auto-tratamento. O gelo deve ser é aplicado na direcção das fibras
musculares (distal para proximal), usando-se estímulos rápidos e de varredura
sobre os músculos afectados estimulando-os. Seguidamente, realiza-se PNF facial
sobre todos os músculos afectados, os movimentos são executados bilateralmente.
Os contactos manuais são sempre feitos com a ponta dos dedos e devem ser
constantes durante a execução do movimento, inicialmente faz-se um estiramento
muscular bilateral, no sentido oposto ao do movimento desejado. Não tem de se
resistir sempre, pelo contrário, se for necessário assiste-se ao movimento ou
realiza-se o movimento passivamente e pede-se ao doente para “aguentar” (manter
uma contracção isométrica), mesmo que não o consiga fazer sozinho (assiste-se).
Será benéfico realizar também uma massagem/estiramento dos músculos da hemiface
afectada e uma massagem/relaxamento na hemiface contra-lateral. Por último,
deve-se ensinar os exercícios ao doente para que este tome consciência dos
movimentos faciais, podendo realizá-los em frente ao espelho para se tornar
mais fácil.
O prognóstico é
benéfico em 80% dos casos, tendo resultados significativos até aos 2 meses. O
grau de recuperação da função do nervo facial depende de factores como: a idade
do doente, o tipo de lesão, a etiologia, a nutrição do nervo, o comprometimento
neuromuscular e a terapêutica instituída.