segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Paralisia facial...




é uma anomalia no nervo facial (VII par craniano), que leva a uma interrupção da informação nervosa, esta pode ser causada por diversos factores como, traumas, tumores, patologias associadas que proporcionam ao indivíduo um conjunto de sinais e sintomas traumáticos. Assim, irá remeter uma alteração da simetria da face, quer em repouso quer em movimento, o que irá limitar a mímica facial, a comunicação, a expressão de sentimentos e emoções, e a sua imagem exterior. Ao haver diminuição da capacidade funcional (diminuição da força e do tónus muscular dos vários músculos da hemiface afectada), o doente terá dificuldade em realizar, determinadas expressões faciais, devido ao enfraquecimento muscular da hemiface afectada, este facto irá repercutir alterações sensitivas e complicações provenientes da própria condição (figura 1).
Raramente acontece, mas existem casos de paralisia bilateral. Ela é determinada por apresentar falta de mímica na musculatura da expressão. No decorrer do tratamento, a recuperação é mais rápida de um lado da face do que da outra, normalizando ao longo do tratamento. Esta patologia não escolhe raça, sexo, ou condições sociais, sendo que os indivíduos entre os 30 e os 40 anos de idade, são mais sensíveis à agressão.

Figura 1- Paralisia Facial
 As paralisias faciais podem ser divididas em 2 grupos:
  • Paralisia facial periférica (PFP)- se a lesão ocorrer no núcleo do nervo facial em direcção à periferia. O nervo é lesado na sua porção periférica, não recebendo mais estímulos do outro hemisfério do córtex cerebral.
  • Paralisia facial central (PFC): se as estruturas lesionadas estão acima do nervo facial (lesão no córtex cerebral), instala-se um quadro de espasticidade. O quadrante inferior contra-lateral à lesão cortical fica paralisado e o quadrante superior é poupado, devido à dupla inervação dos hemisférios.
E ainda podem ser de origem:
  • Idiopática - A paralisia de Bell é a mais frequente e corresponde à lesão de natureza incerta, provavelmente viral, no trajecto proximal do nervo facial. O prognóstico é bom na maioria dos casos.
  • Sintomática É causada por trauma, tumores comprimindo o nervo facial e outras doenças é incomum. 
Para reabilitar o quadro patológico de paralisia facial, o plano de tratamento deve basear-se: na estimulação dos músculos da hemiface afecta com gelo, em PNF facial, massagem/estiramento dos músculos da hemiface afectada e uma massagem/relaxamento na hemiface contra-lateral há lesão e no auto-tratamento. O gelo deve ser é aplicado na direcção das fibras musculares (distal para proximal), usando-se estímulos rápidos e de varredura sobre os músculos afectados estimulando-os. Seguidamente, realiza-se PNF facial sobre todos os músculos afectados, os movimentos são executados bilateralmente. Os contactos manuais são sempre feitos com a ponta dos dedos e devem ser constantes durante a execução do movimento, inicialmente faz-se um estiramento muscular bilateral, no sentido oposto ao do movimento desejado. Não tem de se resistir sempre, pelo contrário, se for necessário assiste-se ao movimento ou realiza-se o movimento passivamente e pede-se ao doente para “aguentar” (manter uma contracção isométrica), mesmo que não o consiga fazer sozinho (assiste-se). Será benéfico realizar também uma massagem/estiramento dos músculos da hemiface afectada e uma massagem/relaxamento na hemiface contra-lateral. Por último, deve-se ensinar os exercícios ao doente para que este tome consciência dos movimentos faciais, podendo realizá-los em frente ao espelho para se tornar mais fácil.
O prognóstico é benéfico em 80% dos casos, tendo resultados significativos até aos 2 meses. O grau de recuperação da função do nervo facial depende de factores como: a idade do doente, o tipo de lesão, a etiologia, a nutrição do nervo, o comprometimento neuromuscular e a terapêutica instituída.

domingo, 14 de outubro de 2012

Prevenção de Quedas no Idoso


A Queda é um evento frequente e limitante, sendo considerado um marco de fragilidade, morte, institucionalização e de declínio na saúde de idosos. O aumento expressivo do número de idosos e à sua maior longevidade é uma realidade no nosso país, por isso, o número de pesquisas tem vindo aumentar consideravelmente, revelando que o risco desta amplia, significativamente, com o avanço da idade, o que coloca esta síndrome geriátrica como um dos grandes problemas de saúde pública.
Dentro das alterações decorrentes do envelhecimento, as que geram maior instabilidade postural são as alterações no aparelho locomotor, sensorial e nervoso, limitando a coordenação e o controlo do equilíbrio postural (estes factos são denominados por factores intrínsecos). Os factores extrínsecos são as condições do ambiente em que o idoso vive, que apresentam obstáculos propícios a queda durante atividades rotineiras.
A Fisioterapia actua directamente nos fatores intrínsecos, efectaundo diversificadas actividades físicas para promover o aumento do equilíbrio e estabilidade postural e nos extrínsecos, orientando o idoso e seus familiares em relação às adaptações no ambiente em que vivem. A fisioterapia tem influência directa na prevenção de quedas actuando nos fatores intrínsecos com programas de atividades físicas e nos factores extrínsecos com orientações de adaptações do ambiente do idoso. Quando um idoso recorre a Fisioterapia promove com que a sua qualidade de vida aumente e que tem uma maior longevidade em segurança, visto que aprende a ter controlo do seu corpo. A Fisioterapia melhora a sua postura (correcção postural) e o seu equilíbrio, através do desenvolvimento de diversificados exercícios, quer para aumentar a força muscular, quer para aumentar o equilíbrio em diferentes posições e condições (marcha em pisos irregulares).

Quais as Causas Mais Comuns de Quedas no Idoso?

  • Vertigens e desequilíbrio por alterações de labirintite;
  • Arritmias cardíacas;
  • Doenças (como osteoporose, parkinson);
  • Acuidade visual e Hipoacusia;
  • Diminuição da tensão arterial quando há alteração da postura de deitado para sentado ou de pé;
  • Fraqueza muscular;
  • Alterações posturais;
  • Mobiliário Inadequado;
  • Atitudes de risco como: subir a um escadote, mesas ou bancos.

Sugestões para Evitar a Quedas…

  • Instale corrimão nas escadas e na casa de banho; 

  • Evite ter tapetes e pisos escorregadios; 

  • Evite degraus com pouca iluminação ou cheio de objectos no chão;
          
  •  Procure que altura da cama e cadeiras seja apropriada a sua altura;
          
  • Tenha uma iluminação adequada ao longo de toda a casa;

  • Coloque os objectos e os alimentos em locais de fácil alcance;
             
  • Se tiver animais de estimação, se possível, escolha as cores de mobília e piso do chão diferentes da cor do animal para evitar que tropece;

  • Realize visitas periódicas ao oftalmologista;
  • Faça a sua terapêutica medicamentosa correctamente (respeitando os horários implementados pelo seu médico);
  • Procure realizar atividades que estimulem a sua coordenação, como dança, natação, ponto cruz…

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Lesões por esforços repetidos (LER)...



São síndromes patológicos do sistema musculo-esquelético, que afectam principalmente os membros superiores, mais concretamente os ombros e o pescoço, adquiridos pelo trabalhador submetido a determinadas condições no ambiente de trabalho. Consistem num grupo diversificado de distúrbios funcionais ou orgânicos que incluem sintomas como: parestesia (formigueiro), dor, sensação de peso e fadiga extrema. 
Um estudo realizado em Fisioterapeutas conclui que as lesões por esforços repetidos mais desenvolvidas são, sobretudo: tendinites (bicipital e supra espeinhoso), tenossinovites (do carpo, extensores/flexores dos dedos), epicondilites, bursites, cervicobraquialgia e lombalgia. As LER têm maior incidência no sexo feminino e sobretudo entre a faixa etária dos 30 e 39 anos.
É explícito que o Fisioterapeuta, no seu ambiente de trabalho, encontra-se submetido há vários tipos de agressões, tornando-se assim um forte candidato a adquiri-las. Visto que, as LER são lesões com desenvolvimento multicausal, é importante analisar a possibilidade de implementação de medidas ergonómicas do ambiente de trabalho, simples como adequação do mobiliário, mais complexas como a organização ou de recriação do meio de trabalho.
Se queremos ajudar os outros primeiro temos de pensar em nós, por isso adquirir uma postura correcta durante a execução do plano de tratamento, adequar o nosso plano de trabalho, realizar alguns alongamentos durante o dia (figura 1), ter autonomia de movimento com as duas mãos e praticar exercício físico, são alguns princípios básicos que podemos usufruir durante o nosso dia-a-dia de trabalho.

Figura 1- Alongamentos

Nós, Fisioterapeutas, temos que minimizar ao máximo este indesejável problema funcional e de saúde, não só em nosso benefício, mas também para dar qualidade e atenção que o paciente tem o direito de receber, aquando a realização do seu tratamento.
Figura 2
Vamos proteger as nossas mãos, bem como o resto das nossas articulações, porque elas são o nosso meio de trabalho (figura 2).


Curiosidades: alguns Fisioterapeutas citam a utilização do ultra-som como a principal causa destas lesões.